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Entrevista Gustavo Piqueira (Casa Rex)

  • Foto do escritor: Ruy Osório
    Ruy Osório
  • 23 de nov. de 2017
  • 3 min de leitura

TIVE A OPORTUNIDADE DE CONHECER O ESTÚDIO CASA REX CUJO UM DOS SÓCIOS É GUSTAVO PIQUEIRA, UM ESTÚDIO MUITO MODERNO E CRIATIVO, COM SEDE EM SÃO PAULO E EM LONDRES. GUSTAVO PIQUEIRA É UM DESIGNER MUITO PREMIADO, COM TRABALHOS DISTRIBUÍDOS NO MUNDO TODO. SEGUE NA ÍNTEGRA UMA ENTREVISTA QUE FIZ COM ELE.

Você é um grande designer e tem uma grande agência, com trabalhos extremamente criativos. Você acha que design pode ser arte?

Eu penso que design é uma atividade composta por diversas habilidades, algumas delas muito distintas entre si. E, dentro dessas habilidades, há uma sensibilidade que pode — generalizando — ser chamada de “artística” sim, no sentido de lidar com elaborações (às vezes conceituais, mas majoritariamente estéticas) subjetivas.

Mas é importante considerarmos que design é design. Não devemos insistir na tentativa de classificá-lo como outra coisa — seja essa outra coisa “arte”, “estratégia”, “negócios”, etc… Design é, como eu disse, uma atividade que tangencia diversas áreas, inclusive as que acabo de listar. Mas, essencialmente, difere de todas. Então, design não é arte. Design é design.

Pra você designer é um profissional que elabora a linguagem visual. Já vi muitos designers responderam a esta pergunta, mas não vi você responder ela: Pra você o que é Design?

Design é diálogo. Num projeto de design escuto o mundo à minha volta, elaboro o que ouvi e devolvo minha resposta.

O que diferencia o designer de outras profissões que também trabalham com identidade visual?

Penso que um designer é o profissional que trabalha com identidade visual. O designer não é o diretor de arte: ele deve ser capaz de elaborar uma visão estratégica, não apenas de executá-la visualmente. (E, importante sublinhar: estamos falando de identidade visual. Se o assunto for posicionamento de marca num sentido mais amplo, não apenas visual, aí sim existem outros profissionais que não o designer envolvidos).

Qual designer te inspira? Quais designers foram suas principais referências?

Não tenho ídolos específicos, não. Admiro muita gente, claro. Basicamente, todos aqueles que construíram suas trajetórias alicerçados em suas próprias crenças e obsessões, independente do que isso pudesse trazer de bom ou ruim. (E não admiro apenas designers: qualquer pessoa que se encaixe no quadro acima está valendo)

O design do seu livro “Mateus, Marcos, Lucas e João” faz alguma referência a William Morris?

Na verdade, tanto o design do meu livro quanto o trabalho que Morris desenvolveu na Kelmscott Press beberam na mesma fonte, as Bíbilias medievais.

Gosto muito de trabalhar com técnicas manuais principalmente serigrafia e tipografia. Vi que você usa algumas técnicas manuais como a serigrafia e pintura em alguns trabalho. Você acha que técnicas manuais podem ser um diferencial para os designers?

Penso que quanto mais recursos tivermos, melhor. Dentro disso, tudo o que puder ser usado em determinado projeto — seja uma técnica, metodologia, discurso ou qualquer outra coisa — pode ser classificado como diferencial.

O design moderno precisa revisitar o passado para fugir um pouco da linha de produção e flertar mais com a arte, história e filosofia?

A dita “linha de produção“ faz parte do nosso dia a dia, não dá pra negarmos sua existência. Porém, isso não justifica nos afastarmos de questionamentos um pouco menos superficiais e imediatos. Penso que é um erro dos mais graves simplesmente nos deixarmos levar pelo cotidiano, que é, será cada vez mais, corrido. Reflexão é fundamental, mesmo que seja impossível tornar todo projeto um mergulho profundo. Penso que devemos buscar a convivência de ambos: os tempos de hoje são como são, não podemos fingir o contrário. Mas temos o dever de não funcionarmos apenas no piloto automático.

Gostei de uma frase sua: “Goste de fazer, não de ver”. A busca de uma personalidade e originalidade é essencial para um design ou é possível ser design pela projetação e técnicas de criação?

Penso que a busca de uma personalidade — ou melhor: a busca de uma identidade é, a meu ver, essencial para qualquer ser humano. Sem isso, considero a vida algo bem pouco atraente.

Quanto ao ponto de ser possível ser designer apenas adquirindo a técnica, penso que é necessário definirmos melhor o que significa “ser designer”. Se for apenas conseguir um emprego numa vaga com a descrição “designer”, penso que é possível sim. Porém, se for para exercer o design em toda a sua complexidade, é necessário que a capacitação seja reflexo dessa complexidade. Aí, só técnica não basta não.

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CURSO: "DESIGN GRÁFICO: Exercícios para elaboração de linguagem visual"

Professor: Gustavo Piqueira

Tive a oportunidade de fazer este curso pela Saibala, eles têm cursos muito bons, recomendo, principalmente este do Gustavo Piqueira.

Ele faz uma abordagem muito criativa, digna de um grande designer. Vai te ajudar muito no seu processo de criação.

E o melhor, ele fala como se estivesse falando com um amigo e você ouve como se estivesse ouvindo um amigo muito inteligente que tem algo muito bom a lhe falar.

Pra quem quiser segue o link: Curso do Gustavo Piqueira

 
 
 

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